Maria Helena de Souza Pereira, mãe do Francisco de Assis Pereira – sim, o “Maníaco do Parque” – foi bem sincera ao dizer que acha que o filho não deveria sair da prisão. E, caso isso aconteça, ela deixou claro que ele não vai ter lugar na casa dela, não.
Durante uma entrevista, ela revelou que já faz mais de dez anos que não vê o filho. “Ele tá perto de completar 30 anos preso. Já tem uma década que eu não o vejo. Nem sei dizer se ele estaria pronto pra sair; acho que não”, disse Maria Helena, sem rodeios.
Além disso, ela tocou num ponto curioso: comentou sobre a possibilidade dele se relacionar ao sair da prisão. “Olha, o ideal, se ele sair mesmo, é que vá morar lá em Portugal. Dizem que tem uma mulher interessada nele por lá”, afirmou, dando uma ideia de um novo rumo pro filho, mas longe do Brasil.
A história de Francisco de Assis Pereira ainda assusta muita gente. Ele foi condenado a 280 anos de prisão por crimes bárbaros: matou sete mulheres e estuprou outras nove lá em 1998. Foi naquele Parque do Estado, em São Paulo, que ele abordava suas vítimas, o que rendeu a ele o apelido de “Maníaco do Parque”. Mesmo com essa condenação longa, a legislação brasileira na época limitava o cumprimento de pena a um máximo de 30 anos. Com isso, já tem gente achando que ele vai acabar saindo em 2028.
Essa possibilidade de soltura traz à tona muitos sentimentos para quem viveu esse tempo e lembra dos horrores dos crimes. E para Maria Helena, mãe dele, o dilema é difícil. Ela parece ter a opinião que, mesmo sendo mãe, não tem a obrigação de aceitar o filho de volta em sua casa, especialmente depois de tudo o que aconteceu.
Maria Helena, durante a conversa, mostrou o peso que carrega. É difícil imaginar o que é ser mãe numa situação dessas. É uma mistura de dor, vergonha e, quem sabe, até medo. Ela mesma deixou claro que faz muito tempo que cortou o contato. Não foi uma decisão fácil, mas ela acredita que foi o certo.
A questão de um possível relacionamento de Francisco é outro aspecto que chama atenção. Não é algo que muita gente espera, mas, segundo Maria Helena, parece que tem uma pessoa lá em Portugal que estaria disposta a se envolver com ele. Ela acredita que, se o filho tiver que sair, esse relacionamento seria uma forma de recomeço, longe daqui. “Seria melhor pra ele e pra todos nós”, disse.
Para quem lembra dos crimes e do impacto que tiveram na sociedade, esse caso é um fantasma que nunca desapareceu de verdade. Muita gente fica até espantada ao pensar que ele pode sair da cadeia. A legislação dos anos 90 era mais branda em relação ao tempo de cumprimento de penas. Hoje, provavelmente a história seria outra.
Maria Helena parece ter encontrado uma forma de lidar com essa situação. Talvez por entender que a responsabilidade das escolhas dele é dele. Como mãe, ela sentiu, chorou e sofreu. E talvez até tenha compreendido que ele não pode voltar ao seu convívio, que esse laço de mãe e filho, pra ela, não se mantém mais.
Se 2028 vai ser o ano em que o Francisco de Assis Pereira ganhará liberdade, ainda não é certo, mas esse caso levanta debates sobre justiça, recuperação, e sobre as consequências do sistema prisional.