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Erosão: O que é e como afeta a economia

A Erosão é um dos maiores desafios contemporâneos para a agricultura e sustentabilidade dos solos brasileiros e internacionais.

A ONU (Organização das Nações Unidas) alertou em seus estudos que cerca de um terço do solo mundial está destruído ou degradado. Além disso, a erosão pode provocar perdas de 10% na produção agrícola mundial até o ano de 2050. Ou seja, a degradação do solo não é apenas uma questão ambiental, ela também diz respeito a economia, pois está diretamente correlacionada com o setor do Agro, que é a principal ramo de diversos países.

No Brasil, conforme os mapeamentos oficiais do Map Biomas, o país mantém no solo um acúmulo de dióxido de carbono (CO₂) equivalente a 70 anos de emissões, o que é bastante elevado. É importante encontrar meios de minimizar a emissão na atmosfera, e por esse motivo a preservação do solo ganha mais um papel, buscando evitar as erosões.

O que é erosão e como ela ocorre

A erosão se trata de um processo relacionado ao desgaste da superfície terrestre, ela leva um grande volume de terra para outra região, e pode ocorrer tanto de forma natural quanto artificial, por influência humana. 

O processo natural de erosão pode ser causado por chuvas fortes, ventos de alta velocidade e granizo. Ou pela água corrente e outros agentes geológicos. A velocidade do desgaste também será afetada por características físicas do solo, além de fatores químicos e biológicos da região.

Mas o processo natural costuma ser lento, e possui uma recuperação mais simples. Enquanto a erosão intensificada ou causada pela ação humana costuma ser bem mais problemática. Pelo fato da velocidade da degradação e dificuldade da recuperação do solo. A degradação acentuada do solo em alguns casos pode ser permanente, até que seja realizado um procedimento de inversão e recuperação, o que costuma ser difícil.

As principais causas derivadas das ações humanas são:

  • Queimadas;
  • Uso de defensivos agrícolas e adubos químicos;
  • Desmatamento;
  • Plantio em terreno acidentado (local íngreme);
  • Monocultura;
  • Alteração na permeabilidade do solo através de modificações.
  • Aumento das áreas destinadas para pastagem.

Principais consequências da erosão do solo

Os impactos podem ser significativos não apenas na economia e na agricultura, mas também no ecossistema mundial. Pois a própria biodiversidade depende da qualidade dos solos para manter as plantas e os animais saudáveis. O que faz do solo saudável um dos requisitos para sua sobrevivência de diversas espécies.

Cerca de 95% da produção de alimentos que consumimos necessitam de uma terra saudável, o que acende um alerta sobre a preservação e longevidade dos solos. É importante ressaltar que há meios de reduzir o desgaste sem prejudicar intensamente as produções. O que mostra que é necessário encontrar um equilíbrio entre produção, lucro e respeito à longevidade dos solos. 

A agricultura familiar é um bom exemplo de equilíbrio, visto que não causam o mesmo dano que as monoculturas, e isso principalmente pelo fato de não intensificarem tanto o uso de agentes químicos e mecanismos aceleradores de produção, os quais muitas vezes ultrapassam o limite de recuperação do solo.

Impactos e meios de prevenção

De acordo com os dados da ONU (Organização das Nações Unidas), o acúmulo dos danos da poluição em combinação com a degradação do solo afeta cerca de 3,2 bilhões de pessoas no mundo. O que equivale aproximadamente a 40% da população e pode impactar até 50% do PIB global.

O novo relatório “Global Land Outlook” mostra quais são as principais medidas indicadas pelas pesquisas sobre o tema de ‘’frear os avanços da degradação do solo e adotar medidas mais sustentáveis’’. Essa luta deve ser praticada tanto no âmbito das políticas públicas quanto no setor de reflorestamento e medidas de redução de danos nas práticas adotadas pelos produtores rurais.

Através das tecnologias e práticas de restauração, de acordo com o relatório, seria possível aumentar cerca de 5% a 10% da produtividade da agricultura em países pobres ou em desenvolvimento, o que inclui a maior parte da América Latina. 

Além disso, para os pequenos produtores rurais, através do auxílio da Embrapa, com o Sistema de Plantio Direto, seria possível diminuir em até 95% as chances e riscos de causas de erosão, caso tudo seja feito corretamente.

Esse sistema utiliza a semeadura no solo sem uso de aração ou gradagem, graça das semeadoras especiais, que podem fazer uma enorme diferença na preservação.