Uma tragédia abateu o mundo do futebol nesta terça-feira, com a morte prematura do zagueiro Juan Manuel Izquierdo, de 27 anos, que defendia o Nacional do Uruguai. O jogador sofreu um mal súbito durante uma partida contra o São Paulo, válida pelas oitavas de final da Conmebol Libertadores, na última quinta-feira, no estádio do Morumbi.
A notícia chocou não apenas os torcedores do Nacional, mas todos os que acompanham o esporte.
Izquierdo, que havia iniciado sua carreira no Cerro, do Uruguai, caiu subitamente no gramado aos 39 minutos do segundo tempo, causando uma onda de preocupação imediata.
O jogador foi prontamente atendido pelos médicos no campo, sendo diagnosticado com uma arritmia cardíaca, e posteriormente transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Infelizmente, apesar dos esforços médicos, ele não conseguiu resistir e teve sua morte confirmada no hospital nesta terça-feira.
O episódio começou a tomar contornos ainda mais dramáticos quando, durante o transporte de Izquierdo do estádio para o hospital, ele sofreu uma parada cardíaca dentro da ambulância. A situação era crítica desde o início, e os médicos foram obrigados a realizar manobras de ressuscitação no próprio veículo.
Nos dias que se seguiram, a condição de Izquierdo foi se deteriorando, com relatórios médicos apontando para uma “progressão do comprometimento cerebral” e um “aumento da pressão intracraniana”. O jogador, que foi mantido em cuidados intensivos neurológicos e dependente de ventilação mecânica, teve seu estado descrito como “neurologicamente crítico” até o desfecho trágico.
A história de Izquierdo no futebol começou cedo, mas foi marcada por um incidente que agora ressurge com um peso ainda maior. Dez anos atrás, quando tinha apenas 17 anos e jogava pelo Cerro, uma arritmia cardíaca foi detectada em um eletrocardiograma de rotina. Na época, essa condição foi considerada leve e não impediu o jogador de continuar sua carreira.
No entanto, a relevância dessa condição cardíaca ganha nova perspectiva após os eventos recentes.
Izquierdo era conhecido por sua determinação em campo, mas fora das quatro linhas, ele era um homem de família. Casado com Selena, ele era pai de dois filhos pequenos — uma menina de dois anos e meio e um recém-nascido.
Sua família, incluindo seus pais Nelson e Sandra, viajaram ao Brasil imediatamente após saber da gravidade de seu estado para acompanhá-lo no hospital. Eles foram acompanhados por membros da delegação do Nacional, e também receberam o apoio de jogadores do São Paulo, como Calleri, Rafinha e Michel Araújo, que visitaram o hospital para prestar solidariedade.
A notícia da morte de Izquierdo não afetou apenas seu clube e familiares, mas também todo o futebol uruguaio. Em um gesto de respeito e luto, o Campeonato Uruguaio foi interrompido, sem previsão para a retomada das partidas. O impacto de sua morte é profundo, especialmente considerando o jovem jogador que ainda tinha muito a oferecer tanto ao futebol quanto à sua família.
O Nacional, clube pelo qual Izquierdo estava jogando na temporada de 2024, já havia contado com sua contribuição em 25 partidas neste ano, tornando-o uma peça importante na equipe. Sua carreira o levou a diversos clubes, incluindo o Montevideo Wanderers e o Liverpool, ambos do Uruguai, além de uma passagem pelo Atlético San Luis, no México.
Sua trajetória, marcada por determinação e talento, agora será lembrada com uma tristeza imensa.
Os colegas de time, assim como jogadores de outras equipes, expressaram seu luto e solidariedade nas redes sociais, muitos dedicando palavras de apoio à família de Izquierdo. O Nacional emitiu uma nota oficial expressando profundo pesar pela perda do jogador e destacando suas qualidades como profissional e ser humano.
A morte de Juan Manuel Izquierdo é um lembrete doloroso dos riscos que os atletas enfrentam, mesmo quando submetidos a rigorosos exames médicos e acompanhamento constante. No futebol, um esporte que desperta tantas paixões e alegrias, a perda de um jogador no auge de sua carreira é um golpe devastador para todos os envolvidos.
O incidente levanta questões sobre a necessidade de monitoramento contínuo das condições de saúde dos jogadores, especialmente aqueles com histórico de problemas cardíacos, por mais leves que possam parecer. O caso de Izquierdo serve como um trágico exemplo da fragilidade da vida e da importância de se garantir que os atletas estejam recebendo o melhor cuidado possível.
Enquanto a comunidade esportiva se une em luto, a memória de Izquierdo viverá através daqueles que o conheceram e amaram, seja dentro do campo ou fora dele. Sua dedicação ao esporte e à sua família será lembrada, assim como o trágico fim que encontrou. A tristeza profunda que sua morte trouxe ecoará por muito tempo, tanto em São Paulo quanto no Uruguai, onde ele será sempre lembrado como um guerreiro em campo e um homem de valor fora dele.
Con el más profundo dolor e impacto en nuestros corazones, el Club Nacional de Football comunica el fallecimiento de nuestro querido jugador Juan Izquierdo.
— Nacional (@Nacional) August 28, 2024
Expresamos nuestras más sinceras condolencias a su familia, amigos, colegas y allegados.
Todo Nacional está de luto por… pic.twitter.com/mYU28mqw6m